décimo sexto dia,
do nono
do nono
mês do ano!
"Arrancou a flechaE pensou a ferida com cuidado.
Um ferimento que não se apaga
Nunca,
Uma dor que não cessa.
Uma dor que não cessa.
Em meu coração o veneno se agita.
Mordidos fomos pelo mesmo dardo."
"Amor
seu rumo exato,
Sua voragem."
"Como um mergulho
No poço, como um lento
Desespero de extinguir-se
E de voltar."
E de voltar."
"Amor é só memória?
Forma ausente
De nada?"
"São teus olhos
Forma ausente
De nada?"
"São teus olhos
Estilhaços de
Não
Não
Ver?
Pedaços?"
"Meu caminho é
Pedaços?"
"Meu caminho é
Buscar
É meu destino
É meu destino
De perdido animal."
"Caminho sobre mim
Meu desespero
"Caminho sobre mim
Meu desespero
De ser vítima e algoz."
"Ó trágico destino de vencer e ser vencido.
Castigo de sonhar além,
De ultrapassar o sonho e, como o vento, alucinado e profético
Destruir-se."
"Ó amor feito de nada
O que desejo
É apenas o côncavo do escuro."
De ultrapassar o sonho e, como o vento, alucinado e profético
Destruir-se."
"Ó amor feito de nada
O que desejo
É apenas o côncavo do escuro."
"Expectante planar tranquilo
Em que vibra uma emboscada."
"Não abdico ao que vim."
"Meu horizonte é um
Círculo de frio."
Em que vibra uma emboscada."
"Não abdico ao que vim."
"Meu horizonte é um
Círculo de frio."
"E a solidão me curva
Como um arco."
"Nenhuma presença é mais real
Que a falta."
" O tempo é circular.
Como os relógios.
Pode o amor resistir
nessa espiral de vidro?"
(MIRIAM FRAGA)
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