domingo






vigésimo primeiro dia,
do décimo segundo
mês do ano!






já é verão:


império
do
desejo
e
da
volúpia...














INCONFORMES:

FÉRIAS



E



FESTAS













quarta-feira



décimo sétimo dia,
do décimo segundo mês
do ano!







perdas
e
ganhos!




INCONFORMES

lá e vem o fim de ano e as nossas
hipócritas reflexões de balança!
sempre àquela idéia de ciclo,
de recomeço,
de renovação,
de et-cetera...
até chegar o dia dois de janeiro
e a gente entrar na engrenagem,
no ritmo, nos feriados e na desesperança
de que nada vai ser diferente,
tudo vai ser igual!
e será.
sempre será.
depois esquecemos de tudo isso,
pela rotina que nos consome

letargicamente, pelo tempo
que contamos ao contrário,
como uma fórmula de subtração.
nunca é mais,
sempre é menos.
na nossa ansiedade,
só tentamos retardar o tempo
e quanto mais se pensa nisso,
mais cruel ele o é!

a vida é absorção e soma.




a vida só pode ser o agora.



o futuro,
é o natal
e ano novo
do ano
que vem!
viva!












domingo

décimo quarto dia,
do décimo segundo
mês do ano!

minha mente de criança,
matou qualquer esperança!



INCONFORMES


depois de tudo... nada.
uma sem graceza insistente de luzes coloridas
e repetidamente-enfadonha-todo-ano-igual.
acho que as árvores se incomodam
com as luzes encalacradas nos seus troncos.
mas que diferença faz: as árvores pra gente se preocupar são as da amazônia, essas sim, são de verdade: selvagens e naturais.
o resto são enfeites pra cidade grande.
nosso mecanismo de defesa é a inteligência, é uma coisa intrínseca e não algo excepcional, um prêmio pra gente se sentir melhor...
bem como os animais têm lá
a intuição e o instinto.
e a natureza humana, então?
foi criada pelo humano:
não consigo imaginar um homem das cavernas

preocupado com o que ele "falou",
balbuciou, com um amigo na noite anterior,
enquanto curtiam uma fogueira!
isso é uma coisa de criança que não tem cura.

nem todo palhaço é engraçado!






essa é a chatice da vida:
o paraíso sem poder comer a maçã.
mas a gente come
e que se fodam as regras.
nem palavrões pode-se dizer.
agora eu pergunto:
não se pode dizer pra quem?
eu digo pra quem eu quiser
e pra quem eu não quiser tb
pq acho tão imbecil a idéia de quê uma combinação
de palavras pode ofender alguém.



é pq esse alguém é muito fraco, então,
pra essa sujeição toda!
mas, enfim, nada muda:
nada e é deus,
nada e é deus.

quinta-feira


décimo primeiro dia,
do décimo segundo mês
do ano!


matar
o
ego
para
quê?!


INCONFORMES

a questão é que não há escolha.
se coloca uma pedra em cima das coisas
e, assim, se resolve o problema.
mas fica solta uma dúvida
a ser partilhada :
no calor dos fatos,
até onde se entojou,
na escala de pensamentos,

quem era quem?



o que queríamos nós,
que, em tão pouco tempo,
se esgotou para sempre,
medrou-se o término...
e todo deslumbramento
da carne viva da poesia,
virou ferimento
de grave ferida aberta...
não sei.
não me interessa mais a pedra afundando na água e causando àquela comunicação por todo o lago...
a pedra funda e, para sempre solta,
finda no último grito.
e tudo continua em vingado silêncio,
desmanchando a herança, na proposital ruína do patrimônio.


onde é que estava escrito tudo isso:
o frescor virando frescura,
o fervor virando fervura.




quarta-feira



décimo dia,
do décimo segundo
mês do ano!












fim de ano:
















consumo...




INCONFORMES

papai noel existe:

eu o vi na rede globo,
no sbt, na record, na band,
na tve, na mtv, no shopping barra,
no shopping lapa, no shopping piedade,
no shopping iguatemi,
no shopping da cidade,
nas lojas americanas, nas lojas maia,
lojas renner, riachuelo, na c&a, na marisa,
nas casas bahia, nas casas pernambucanas, na farmácia santana,
na farmácia do povo,
na farmácia pague menos,
na insinuante, na ricardo eletro,
na primordial, na novela das oito,
das sete, das seis, das cinco e meia,
das duas da tarde,
no bom preço, no extra, no g barbosa,
na avenida sete, na avenida paulista,
na avenida brasil, no pelourinho,
na rocinha...
é sim!
ele tava lá: sem saco,
mas de barba branca
e roupa vermelha.
eu vi...
e isso,
ninguém
tira de mim.





me engane
que eu gosto:

não quero omo com mais lipolase.
nem shampoo organics com glucasil.
nem danoninho petit suisse,
muito menos, garnier nutrisse
nem do estrangeiro,
nem do brasil...




só quero um dia
de céu azul anil..









e como diz o poeta:
"natal mais colorido
é na tecelagem vânia!"





segunda-feira

oitavo dia,
do décimo segundo
mês do ano!











dia de água doce,
dia de água salgada.








a conceição da praia
está embandeirada...








INCONFORMES

quero festa em minha alma
hidrogenada e contraditória...
quero essa energia
vibrátil e predatória...
essa alegria profana
dos fartos dias quentes,
essa tristeza sagrada
dos raros dias frios...
essa celebração constante
e uníssona em minha mente!
e em mim somente, pois.
pq hoje a festa está molhada
de uma chuva atrevida:
de lágrimas de santa
pedindo passagem...
de bocas caladas
pedindo a lavagem...












terça-feira





segundo dia,
do décimo segundo
mês do ano!







viva o samba,
viva os bambas!




INCONFORMES
sambar...

nossa música,
tão recheada de tempero picante,
só nos revela um povo festivo
e sem medo de inovar!
mas pq ficamos tão aquém,
quando se trata de outras questões?
pq "sambamos" quando
o assunto não é sambar?!
que tanta passividade é essa, diante
do social, que nos impede
de sermos mais exigentes?!
nosso medo tão exposto...
temos que ter esse jogo de cintura,
esse remelexo... no dia-a-dia.
e aí sim, seremos assim,
pq somos assim:
acreditamos, apostamos na alegria
e tudo que foge disso,
nos é enfadonho, cansativo
e monótono.
sejamos bambas!
então:
"segure esse samba,
não deixe cair (...)".


coisinhas do português...


falta...









...farta

vigésimo quinto dia,
do décimo primeiro
mês do ano!









viva os sagitários:
a brasa do fogo!




INCONFORMES

de onde vem essa busca?
essa necessidade de resolver os mistérios da vida?
quando as mais simples das questões podem nunca ser respondidas.
"por que estamos aqui?"
"o que é alma?"
"por que sonhamos?"
talvez seja melhor nem procurarmos...
não aprofundar, não ansiar.
essa não é a natureza humana.
não é o coração humano.
não é por isso que estamos aqui.
mas ainda nos esforçamos para fazer a diferença...
mudar o mundo, sonhos com esperança.
nunca tendo a certeza...
do que encontraremos pelo caminho.
quem dentre os estranhos vai segurar nossa mão...
tocar nossos corações...
e compartilhar a dor de tentar?
nós sonhamos com esperança
nós sonhamos com mudança
de fogo, de amor, de morte.
e então acontece.
o sonho se torna realidade.
e a resposta para essa jornada...
essa necessidade de resolver
os mistérios da vida...
finalmente aparece...
como a brilhante luz de
uma nova aurora.
tanto esforço por um significado,
um propósito.
e no fim, nós encontramos
isso em cada parte.
nossa experiência compartilhada
do fantástico e do mundano.
a simples necessidade do humano
de encontrar os antepassados...
para conectar...
e para saber dentro de nossos corações...
que não estamos sozinhos...
( HEROES)




coisinhas do português...

com sumo,










consumo.


RE-SIGNIFICÂNCIAS



no mundo moderno,
a mulher
vira cerveja
e o homem,
desodorante.beber para esquecer...





















quinta-feira


vigésimo dia,
do décimo primeiro mês
do ano!





viva os negros
no mundo!



INCONFORMES

hoje é um dia de festa!
quero creditar que hoje
se festeja, pra abrir os outros
dias que se seguem...
quero crer que o dia-a-dia,
o braço-a-braço,
se fortifiquem para
um enlaçar de mãos,
para que sejamos iguais em direitos
e não iguais por reparos.
o passado, nos mostrou a nossa incivilização.
o presente é a única forma de resgatarmos nossa
dignidade humana.
o amanhã, pode ser tarde demais!
nosso sentido de consciência
é parvo.
é parco.
nosso sentido de ecologia,
de ética, de moral, de religião...
de se ser homem,
de se ser mulher,
de se ser branco,
de se ser negro,
de se ser índio...
é triste, é limitado
é cheio de valores
(des)construídos
pelo cultural.
afinal o que é ser?!
que tipo de consciência
querem nos forjar?!
me recuso a ficar feliz
com "um dia"
que nos é dado para
sairmos às ruas e gritar:
somos negros.
somos brancos.
somos índios.
pois somos animais,
animais racionais(?),
querendo provar

o nosso pior!

e isso é feio.
é vazio.
é efêmero.
não credito no dia,
mas acredito no grito!
viva essa força de raiz!

viva zumbi!

segunda-feira



décimo dia,
do décimo primeiro mês
do ano!



INCONFORMES

foi num domingo de dia estranho...
era calor,
era abafado e azul, o dia,
e ele, abafado em
acontecimentos semanais,
estava no velho perigo de se ser humano,
no incessante perigo da vida
que prepara o rebentar da flor
e também, o seu qualquer minuto
no mundo, para se findar.
nessa vida, que a qualquer minuto,
pode tudo acontecer
e transformar os instantes
em outros instantes maiores!
sim, era o prenúncio,
prenúncio de fim de seca em
sua alma já desamada há horas,
há dias, há tempos,
tempos também perigosos
de consumo outro
que não de amor!





domingo


nono dia,
do décimo
primeiro mês
do ano!







a gente cria,
a gente procria!


INCONFORMES

talvez eu deva erguer um templo grego,
um santuário de amor, madrepérolas e cristais,
plantas aquáticas e bichos soltos nos quintais...
pra adorar e queimar alecrins de nossa senhora
e arrudas de incenso pro meu anjo negro
e adorná-lo com lindos corais e algas e conchas e toda espécie de tons
marinhos e verdes do mar... e sais.
quero buscar na sua densa boca
cor de pêssego
toda doçura do seu hálito e gengivas
e na sua diáfana mão,
a linha da minha vida
e nas minhas mãos,
oferendas de papoulas e tulipas
e para os seus pés,
sacríficios de raízes,
bulbos e tubérculos...
e frutos secos de tâmaras, pêras,
laranjas e damascos...
vamos comprar vermelhas flores, meu amor
e acender, com nossas chamas,
várias velas de cores
aos anjos e virgens.
e cantar aleluias e mantras
porque desde então
vivemos à flor da pele,
em carne viva.









BAFÔMETRO






hoje o teatro
gamboa nova,
abre suas portas
com cara nova!
as coisas vão
acontecendo...


floresce grave,
na adubada terra do meu coração,
violento cacho
do amor negro.

para celebrar:

Africa Drink

ingredientes:
-5 cl de safari
- 3 cl de vodka
- 10 cl de sumo de maracujá s/ gás
- 1 cl de natas
- gelo
preparação:
colocar no shaker com gelo
todos os ingredientes
e bater durante 30 segundos.
sirva num copo tulipa grande
com 6 cubos de gelo.
decoração:
uma rodela de laranja, uma cereja,
ananás, limão, hortelã e casca de limão
colocadas no bordo do copo.
servir com duas palhinhas.

VENHAM COMEMORAR COM A GENTE!







segundo dia,
do décimo primeiro
mês do ano!




viva os mortos...
que sempre
estarão vivos!
viva os vivos...
que sempre
estarão mortos!





INCONFORMES
“ ser ou não ser, eis a questão:
será mais nobre
em nosso espírito sofrer pedras e setas
com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
ou insurgir-nos contra um mar de provocações
e em luta pôr-lhes fim?
morrer.. dormir: não mais.
dizer que rematamos com um sono a angústia
e as mil pelejas naturais-herança do homem:
morrer para dormir... é uma consumação
que bem merece e desejamos com fervor.
dormir... talvez sonhar: eis onde surge o obstáculo:
pois quando livres do tumulto da existência,
no repouso da morte o sonho que tenhamos
devem fazer-nos hesitar: eis a suspeita
que impõe tão longa vida aos nossos infortúnios. quem sofreria os relhos e a irrisão do mundo,
o agravo do opressor, a afronta do orgulhoso,
toda a lancinação do mal-prezado amor,
a insolência oficial, as dilações da lei,
os doestos que dos nulos têm de suportar
o mérito paciente, quem o sofreria,
quando alcançasse a mais perfeita quitação
com a ponta de um punhal?
quem levaria fardos,
gemendo e suando sob a vida fatigante,
se o receio de alguma coisa após a morte,–
essa região desconhecida cujas raias
jamais viajante algum atravessou de volta –
não nos pusesse a voar para outros, não sabidos?
o pensamento assim nos acovarda, e assim
é que se cobre a tez normal da decisão
com o tom pálido e enfermo da melancolia;
e desde que nos prendam tais cogitações,
empresas de alto escopo e que bem alto planam
desviam-se de rumo e cessam até mesmo
de se chamar ação. (...)”

shakeaspeare em hamlet, ato III, cena I.


BAFÔMETRO


hoje é o aniversário de rita braz,
essa musa, essa diva maravilhosa
e energética cantora!
detalhe: ela vai estar conosco
no gamboanova
esse mês todo,
nosso novembro negro,
pelos domingos,
às 17 horas...
confiram!
um viva à rita!


e para celebrar: bebida!

drink dos deuses:


ingredientes:

1 vidro 100ml de leite de coco
1 copo (100ml) de suco de maracujá
1 copo(100ml) de groselha
+ ou - 1 lata de leite condensado
1 copo(100ml) de cachaça
gelo picado


modo de preparo:
bater os 5 primeiros ingredientes no liquidificador
e acrescentar o gelo na hora de servir
vivamos, pois!